Se um dia a morte maleva Me dá um pealo de cucharra Numa saída de farra Me faça torcer o alcatre Me ajeitem bem sobre um catre Me tirem os laço das garra A morte é sorra mui mansa Comedera de sovéu Que vem, desarma o mundeo A mandado do Senhor Nos larga num corredor E dá uma espantada pro céu Me enterrem num campo aberto Que eu sinta o vento pampeiro Em vez de vela, um candeeiro Ao pé da cruz falquejada Que eu possa enxergar a estrada Por onde pa**a o tropeiro Depois me deixem solito Sobre o fraldão da coxilha Junto ao pé da coronilha Entre a mangueira e a tapera Na "estância da primavera" Coberto pela flexilha Que eu ouça o berro do gado De uma tropa em pastoreio Ouça o barulho do freio E o gaguejar das cordeonas E retouços de redomonas No chapadão do rodeio Que eu sinta o cheiro da terra Molhada da chuva em manga Sinta o cheiro da pitanga No barracão do pesqueiro E o canto do joão-barreiro Trazendo barro da sanga Vou me juntar lá no céu Onde só Deus bate asa Não quero dar oh! de casa Que a porta grande se tranque Que me espere no palanque Churrasco gordo na brasa Vou viver na Estância Grande Deste Patrão Soberano Levar comigo o minuano Pro rancho de algum posteiro E pedir pra ficar lindeiro Com o imortal Aureliano Mas se lá não tiver carreira Nem marcação campo a fora Nem índio arrastando espora Num jogo-de-osso em domingo Eu quebro o cacho do pingo E juro que venho embora