A palavra presa No silêncio da forma Isolada em branco Um branco indescritível Sim! E grandes espaços Onde a voz desliza Sobre as tijoletas Como uma milonga Uma milonga triste Sim! Sim! Sim! A alma nas coisas! As catedrais A vastidão dos cargueiros Revoluções E as orações dos druidas Um temporal Da cor do bronze mais bronze Oh, sim! Oh, sim! No fim da viagem Alguma vanera No fole da gaita Do gaiteiro cego Sim! Depois as fachadas Dos velhos sobrados No cristal do dia O dia de Satolep Sim! Sim! Sim! A alma nas coisas! O cheiro bom Das bibliotecas antigas E o luar Sobre um chapéu elegante A proteção De um anjo de ouro e prata Oh, sim! Oh, sim! E a tarde segue No seu trem de chumbo Ao sabor de um tango Um tango muito antigo Eu poetizado Me descubro em tudo Da cor de Kandinski Aos punhais de Borges Sim!