Houve um tempo, cansado em que vivi Fadigado eu cresci Houve um dia, marcado no boletim Meus amigos que vinham a mim E houve então, um murmurio de aprovação Mas foi tarde que vi razão E se hoje eu sei bem Que se os dias morrem Meus erros não E se quer saber Aonde quer que eu vá serei Visto perambulando sem nunca chegar A entender O porque de ser tão tolo ao ponto de achar Que vou poder ver Que um dia fui feliz e descansar ao alvorecer E essas feridas, tantas Já não doem Eu nem me importo mais E se essa vida avança, os anos correm Me deixando pra trás E essas feridas, quantas Já não doem Eu nem reparo mais Dou minha face em prantos, que me corroem Mas secos, tanto faz E essas feridas, santas Já não doem Eu já não ligo mais Que ser reconhecido, sem ser vencido Já não consigo mais, não Houve um tempo Em que o céu era azul pra mim também Mas esse tempo Rasgado repousa ao fim Do martírio que aflige a mim E se fosse o certo, me manteria aberto Ao descaso do querubim