Eu já sei! Nasci depois de tudo, de tudo Não provei a revolta De um tempo mudo Eu não sei! Viver a preto e branco, não Nem dizer decor José Afonso Sei lá Tanta sorte só me pesa De viver na incerteza Serei eu capaz de ser Já sei Ó senhores , sei lá Sem me prender ao futuro Com sonhos hei-de viver Já não são bem vindas as baladas Poetas dormentes Por ouvidos indiferentes Que ninguem sonhou Eu não sei Viver a preto e branco, não, não sei! Num tempo que, que é surdo Sei lá! Tanta sorte só me pesa De viver na incerteza Serei eu capaz de ser Já sei Ó senhores , sei lá Sem me prender ao futuro Com sonhos hei-de viver