[Refrão] Os carros, as casas, os bairros, as ma**as As ruas, favelas, vielas e praças As grades e muros de homens pioneiros Toda liberdade pra seu prisioneiro (x2) [Verso 1] É um pa**o dar o primeiro pa**o, é um fato mas em todo o caso Eu vejo que tudo é desejo, eu faço sem saber o que acho Respiro o que não é pros vivos e vivo cheio de cansaço Eu prefiro ser um ser nocivo e a**im viver de quem tá em baixo Meus olhos tão semi cerrados, querendo ver se há algo errado O mundo ficando abafado, o trânsito tá engarrafado E andando de modo arrastado tá tudo como deveria Progresso pro mais abastado e o resto no banho maria O tédio já virou mania, as manias já viraram tédio Tem prédios na periferia e favelas na periferia dos prédios É um hobby rico faze lobby e o estado é o sangue bom que cobre Põe a mesa quando é pra empresa, não pode quando é pro pobre Pros nobres tanta gentileza foi com muita delicadeza que Diz que a gente que sofre que é nobre você ser a presa E trabalhando de coração em prol da sua corporação Vivendo igual decoração sua função é melhorar o ambiente pros outros Não há nada de igual, cada qual ta com seu cada Uns vão de busão e quem é patrão vai de caranga importada Tantos nossos aqui reunidos me dizem um pouco mais que nada Tantos nossos aqui reunidos é todos nessa mesma casa Dão sua contribuição pra essa nossa fábrica de mágoas Ou é o trânsito ou é o concreto ou talvez algo que tem na água Todos juntos andam lado a lado e nada que foi combinado Tão dividindo o mesmo espaço sem nem ter sido convidados São todos completos estranhos entre si são indiferentes Entre si tão diferentes nem parece ser da mesma gente Mas o que une é o que separa dias piores não tão por vir Todos unidos em blocos competindo entre si Eu não sei se eu entendi mas uma coisa eu aprendi Que esses carros não vão voar, vão fica engarrafado aqui Que a cidade tem ódio mas sempre amou te dizer Você não odeia a cidade, ela que odeia você [Refrão] [Verso 2] É engraçado e poucos tão ligados mas muitos se sentem sozinhos Se preocupam com que tá lá longe mas não ajudam nem sequer os vizinhos A pressa em não perder o bonde confessa em não saber aonde Se a meta leva ao topo ou somente até o sopé do monte Paredes tão cheias de pixos, ruas tão cheias de lixos É um mundo bem civilizado, não há espaço pra mais nem um bicho Não há espaço pra mais nenhuma vida Nem vida agindo livremente Tem vida social ativa e não atiça aguçar a mente Agora eu vejo claramente o imundo em algo limpo Democracia só um escudo fajuto porém se mantém distinto São câmeras de seguranças, protegem todos os recintos Mas nada como a esperança pra crer não poder ser extinto Bem vindos a mais grande floresta, ela é fria e cinzenta São formigas na dispensa consumindo esse planeta Quem não vive ao menos tenta uns tornam a selva violenta Que é sangue misto com água benta pra mim ta pedindo um cometa O império tá tão decadente e evita de seguir em frente Que se ele tivesse um rosto não ia nem poder mostrar os dentes Mas pelo vida de um defunto, se eu an*lisar o conjunto Envelheci, fiquei mais alto, os muros aumentaram junto Só protegendo os meus a**untos, tudo tá indo bem Se eu te der chance de fuder tudo, eu duvido que você não vem Eu te ajudo a tu ser feliz e a ter tudo que você não tem Se o peão cê largo da raiz vem pra cá doido para ser alguém E você teste a**im também ou pelo menos há promessa Ou pelo menos você pensa ou pelo visto não contesta Se o que resta é tentar ser feliz com chuva ou com festa Porque a bruxa tá a solta e ainda a bruxa tá com pressa A cidade tem 1001 coisas boas de se ver De se ter, de sentir de comprar, de vender Porque a cidade tem vida mas nunca ousou te dizer Você não vive na cidade, ela que vive em você [Refrão]