[Produção: Felipe Va**ão] [Verso 1: Rashid] Lembro de ser noiz no famoso barracão, via Toda sua luta pelo pão do dia E eu lá, sem a mínima noção Gastando meu tempo em frente a televisão Vendo a vida pa**ar, me dizendo: "Olá, neguin! To de pa**agem, mas ninguém pa**ará por mim." Vou falar, o que eu vi, ao vivo e a cores Me ensinou mais do que professores poderiam ensinar Talvez sina, com roteiro lá cima Minha carta de alforria pra você a**inar Se a senhora me criou pra voar, mãe Não poderia subir sem te levar, mãe Por que orgulho é o que eu quero te dar E mais alguma besteira que eu possa comprar É clichê, mas eu fiz por você essa canção Se bem que todas as outras também são... [Refrão: Rael] São voltas que os mundos dão... São voltas que... Quando eu, meu joguei, onde andei, tropecei, aprendi Que são coisas dessa vida! [Verso 2: Rashid] E com 17 eu sai de casa Filho quando cresce, diz que ganha asa Pai e Dona Nete, Maria Carolina "Bota ele na linha, cobra disciplina" E com 19 eu fui morar sozinho "Agora responsa é sua garotinho" Foi tanto perrei, só pedia ao rei Que me guarda**e onde fui e onde irei pelo caminho Orei como um monge, pequei como um mortal que sou Doente até fugi do hospital pro show Pedi uma carona no buzão, azz veizz Minha tia arrumava o da condução, azz veizz Sofrido porque minha condição era 0,0 de remuneração, por mês Irmão... Eu pude ter certeza que os meus problemas tavam numa multiplicação por três ou mais, comprei jornais E os cla**ificados dizem: "Ei, jamais! Até mais!" Então peguei minha bicicleta e parti Fui de Arthur Alvim ao Mandaqui Dormi no frio de uma calçada de SP Mas quem num tem nada, vai ter medo de quê? Aí que eu acordei pra perceber Que quem nunca apanhou dessa vida, também não sabe se defender [Refrão: Rael] São voltas que os mundos dão... São voltas que... Quando eu, meu joguei, onde andei, tropecei, aprendi Que são coisas dessa vida!