Nêga Jurema veio descendo a ladeira Trazendo na sua sacola um saco de Maria tonteira E a mulecada avisou a rua inteira: "vem correndo que a feira já está pra começar" "Mas olha as núvens esse tempo não ajuda Pelo menos as minhas mudas eu já sei que vão brotar", Dizia a Nêga quando vieram os soldados Se dizendo avisados e começaram a atirar Pois foi Antônio, filho de José Pereira, Que no meio da bagaçeira olhou pro cèu e a rezar Pedia para Santo Antônio, São Pedro ou Padim Cícero Ou pros filhos do Caniço que viessem ajudar Foi no pipoco do trovão Que se armou a confusão e ninguém pôde acreditar Que aquilo fosse verdade foi por toda a cidade, Cresceu em todo lugar Na igreja das alturas, barzinho, prefeitura, No engenho de rapadura nasceu mato de fumá E foi com a santa malícia Que driblou-se a polícia E fez a guerraacabar FUMÊ FUMÁ Não é flor do intestino é um matinho nordestino Que a senhora vai queimar Faz um bem pra diarréia para o véio e para a véia, Faz o morto suspirar Faz um bem para as artrites, febre ou conjuntivite Faz qualquer mal se curar CUMÊ CAGÁ VIVÊ FUMÁ São as leis da natureza e ninguém vai poder mudar.