Ao abrigo das sombras onde a luz não me pega Consciente de mim numa confiança cega Eu já fiz tanto, mas tanto não chega, tanto não chega A minha ambição desperta-me com um par de estalos Eu começo mais cedo Sou só um ser humano numa corrida de cavalos Eu esfrego a vista a ver se enxergo mais E vejo que chego mais à frente sem meter o preto no branco Eu tenho muitas mais cores em busca de dias melhores Sem pedinchar favores, pretensioso no que toca a rumores Seletivo em amores e avareza estampada no rosto Com todos os vossos podres Porque a vida me ensinou a ser a**im A mal ou bem sou eu que vai decidir qual é o meu fim Seja com os pés no chão ou perdições de cetim Consciente do meu latim, não muda o mundo Mas poderá dar início a um motim Ao abrigo das sombras onde a luz não me pega Consciente de mim numa confiança cega Eu já fiz tanto, mas tanto não chega, tanto não chega.(2x) O suor escorre-me do pescoço, projetos eu já tenho um poço Dupla personalidade neste corpo sem esboço Em noites frias e sós eu sinto que não posso Uma depressão crónica que não me deixa escrever há mais de um ano Mas Praso, a malta nega, eu não reclamo Solidário comigo, eu e o meu ego consigo, vão-me educando com Cada palavra que digo e confesso que sou o meu melhor amigo Que me afasta do perigo e interioriza o que digo E não me chames individualista Não me ponhas nessa lista Percebe quem funciona sempre em horas extra À parte dessa fraude que chamas cultura Porque essas estatuetas de barro nunca chegaram a escultura Ao abrigo das sombras onde a luz não me pega Consciente de mim numa confiança cega Eu já fiz tanto, mas tanto não chega, tanto não chega. (4x)