Como tantos era um dia Igual a tantos como hoje Não sonhava nem sabia Nem de perto nem de longe Às vezes neva em abril Para mim é em junho Que o vento sopra febril Na minha vida um rascunho Afina porquê o medo Ser mãe é ver a luz Não é dor, não é degredo Nos lábios dele pensava Eu e o amor suspensos Porque a lua a**im brilhava Porque os dias eram imensos Meu deus, para onde me virar? Fico estranha de barriga Quase sempre a enjoar É o tempo que mastiga Indigente diz que vai Não é justo a**im tão novo Não é gente não é povo Não é homem que seja pai Não tenho raiva nem pena Nem sorrisos de boneca Sou um ser dentro de um ser Sou apenas uma mulher Afina porquê o medo Ser mãe é ver a luz Não é dor, não é degredo Esta carta nua e crua Quero aqui deixar a quem Para mim serei tua Para sempre tua mãe