Acordei antes do sol E liguei pro vagabundo Meio tonto, meio tudo Meio-a-meio por inteiro Disse a ele o que devia O que queria, o que me havia O que pa**ava na cabeça Deste preto do avesso Eu era a ginga total Era a mulata fatal Eu era o homem sem o queixo Era o lindo pão de açúcar Era os arcos da lapa E as escolas suntuosas Explodindo a avenida De alegria Num dia lindo e cinzento Usava a minha capa bacana em sua copacabana E num dia claro de sol Vestia a sunga colorida num dos parques da curita aflita Eu era o avesso do mar Era um deserto cheio de vida Onde havia o mundo inteiro Mas também muito espaço Pra quem o mundo nem sabia que existia Eu era um poço, um desgosto Mas de qualquer maneira Eu não tinha fundo Apenas eu queria que o querer do vagabundo Se junta**e ao meu Pra que tudo o que sonhamos Fosse um dia o dia-a-dia de todo mundo E desse sonho total Eu tava quase acordando Mais ainda tinha muito o que dizer pro vagabundo A vida é quase real E o que seria ou não seria Se não fossem nossos sonhos, nossos medos, nossas dores? Mas o tempo não para A estrada não fecha A longa caminhada não termina no meu sonho Eu era apenas um homem Um louco, quase pouco Um viajante carregando muito peso Nos ombros