[Intro: Emicida] Ei, aí, quer saber? [Verso 1: Emicida] Dizem que quando seus amigos morrem Viram estrelas, sobem Peça que olhem, ore, nunca ignorem Oro calado e os guardo em olhares mariados Onde pupilas são barcos desnorteados Fumaça no ar, cápsulas no chão Cães fitam, mães gritam: "Meu filho, não!" É o corpo na vala, a bala vem de quem te deve proteção Fria, e a corregedoria lava as mãos Corta, close no arregaço Uma cadeira vazia, família faltando um pedaço Dói no estômago, tipo azia No âmago o espaço daquela piada que ele sempre fazia Esses meninos são sangue, medo e pele Onde viaturas são abre-alas do IML Eu nem choro mais, pois bem Não sei dizer se eu fiquei mais forte ou se eu morri também [Refrão: Paola] Realmente o tempo voa E pensar zoa, zoa, zoa Nem deu pra se despedir E a dor ecoa À gente resta seguir [Verso 2: Emicida] Dizem que quando seus amigos morrem, morre um pouco de você Nasce um lugar a se preencher Do tamanho do que o que você ficou de dizer E não pôde dizer, (nunca vai esquecer) Faz quantos anos? era comemoração Os manos e o time campeão Ó, uns beck, uns goró, os moleque novão Quando o telefone tocou, já veio a sensação Vi cada foto no muro do cemitério Nas lápide, sério Dizendo "Se adapte", as flor seca no chão (murcha) A cabeça a milhão (puxa!) Troca o caixão de mão e nota: As folha solta voa Olha a mensagem da coroa, vai vendo "Fulano, jamais te esqueceremos" (Porra!) e Deus só vê quando convém E eu não sei dizer se eu fiquei mais forte ou se eu morri também [Refrão: Paola]