Eduardo - O Locutor do Inferno - Detenção sem Muro lyrics

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Eduardo - O Locutor do Inferno - Detenção sem Muro lyrics

[Verso 1: Eduardo] Ei carcereiro, faz favor Vou te explicar meu veneno, o meu artigo, a bronca que me condenou A minha casa já caiu faz um tempo Uns 20 anos, pode crê maluco, pelo menos Dei falha, nasci pobre, presidiário Da detenção sem muro, no nosso único sistema, o carcerário Acorrentado às drogas, vitima da c**aína Encarcerado num caminho sem perspectiva Eu nasci nisso, vivo nisso e vou morrer aqui E até mesmo no inferno essa prisão imaginaria vai me perseguir Se liga aí, bate meu DVC Tô pedindo, não interessa o lugar, vim de lá, sou fugitivo É marca de nascença, é um pa**ado que não se apaga Vim do revolver, c**aína, parte pobre Minha detenção, a lei ainda vale infelizmente tenho um rótulo na testa presidiário Um rebelado sem refém aliado, um pulso algemado, um homicida criado Ingrediente pra enterrar, ou pra ser enterrado Não vejo grades nem portões de ferro Por mais que eu corra nem chego nos muros Algo me prende aqui a fuga é impossível, Que porra! detenção sem muro, meu maldito mundo Alta periculosidade, segurança máxima, armada até os dentes, várias no pente Revoltado, caralho! vou dar meus tiros, tô trepado Vou dar motivo pra ser condenado Não quero que nenhum gambé me mate Eu tô a pampa de cadeia, crack Quero estudo, escola pra todos os manos Eu quero pra parte pobre, dignidade, um tratamento humano (prisão perpétua pra esse fulano) Pode crê, descarreguei, sentei o dedo E aí mano? Qual que é minha pena? Então juiz, quantos anos? Pena máxima de ponta a ponta Regime trancado, martelo batido, caso seguinte (Caiu a casa Eduardo) O tratamento é rígido existem leis e regras Tiro, DP, velório, a**im a gente se regenera Foda-se escola, formação, uma goma, respeito Detento daqui só tem direito à enterro Cachimbo de crack, acesso a maldade Revolver à vontade, droga, álcool, por toda parte Não vejo grades, mas sei que é o meu pavilhão Eu tô cercado por guardas armados, sem liberdade, maldita detenção Nascido no inferno, me transformando em diabo De cada dez daqui, cinco na cadeia, cinco finados Ei carcereiro faz um tempo, que eu vou nessa Toque de recolher, na sequência a gente troca outra ideia Detenção sem muro, quero fugir daqui [Refrão: Eduardo e Dum-Dum] Detenção sem muro Quero fugir daqui! (Ser preso aqui é foda) Fugir daqui (4X) Pode crê mano, quero fugir daqui... [Verso 2: Eduardo] Me imagino entre grades e muros Arames farpados, rottweiler, pastor alemão Escopeta engatilhada, e eu no pátio do pavilhão Ei carcereiro a minha cela tá lotada Vários doentes, aids, varias almas desorientadas No crucifixo meu único mano O aliado de todas as horas, só ele que não me deixou falando Conto os dias pra fugir daqui E tô ligado que não posso ir Olha o Dum-Dum ali Estirado no chão Três tiros no peito, um na cabeça, a ROTA sem perdão A nossa única escolha, a própria morte Ladrão na mão da policia, pobre morre como pobre Num barraco semi-construído, orgulho destruído IML, caixão doado, que final fudido É impossível me livrar disso, me recordo quantas fugas deram em nada! Detento armado no crime, cabeça premiada Mão algemada, sangue, finado na barca Destino incerto, rumo ao inferno A próxima parada, forço a mente mas não lembro o mano que deu fuga Algum fulano até tentou, mas fraca**ou na PT de um filho da puta O sol daqui não é quadrado, é em forma de caixão Não existem grades, mas sepulturas aqui na detenção Não há distinção de idade, s**o, cor Preto, branco, pivete, sejam bem vindos, ao nosso corredor Eu vou botar fogo no colchão, eu vou buscar refém Quero a presença de um juiz aqui, tenho direitos também Rebelião na minha mente, sangue e ódio Ou cumpre a risca minhas exigências, ou prepara a lista dos óbitos Número 1: Recuperação, aos detentos das grades de ferro Número 2: Chega de cadáver, eu quero um breque no cemitério Número 3: Eu quero usufruir dos tais direitos humanos Número 4: Gambé desarmado e bem longe dos manos Ei carcereiro até a próxima, pode crê Se eu não der fuga na noitada, amanhã, a gente se vê [Refrão: Eduardo e Dum-Dum]

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