Quando no enleio De receber umas notícias tuas, Vou-me ao correio, Que é lá no fim da mais cruel das ruas. Vendo tão fartas, D'uma fartura que ninguém colige, As mãos dos outros, de jornais e cartas E as minhas, nuas – isso dói, me aflige. E em tom de mofa, Julgo que tudo me escarnece, apoda, Ri, me apostrofa. Pois fico só e cabisbaixo, inerme, A noite andar-me na cabeça, em roda, Mais humilhado que um mendigo, um verme.