[Verso 1: Camila Rocha] Problema é seu se comeu e não gostou Deve ser porque sua garganta travou Aqui tem Soul, aqui tem flow As nordestina tavam lá, você que não notou Aqui não tem Projac, aqui só tem Kojak E depois dessa cypher é melhor tomar um Prozac Após é grave, meto os grave e grave essa track Só tem cumadi nervosa, sem folga pra moleque Vocabulário leque, te colocando em cheque Mate, nos beat, vont, fi dos cabrunco Treme agora nos meus volts Bate cabeça, ladrona, na embolada boladona Frite suas palmas com dendê e óleo de mamona Da porra toda, aqui chegou as dona Respeita as paraíba, que isso aqui num é zona [Verso 2: Lilí Bélica] A vingança é minha, é, então escolho as carta Marco as vítima, marco as cartas No beat, o Crata Paz é cara, boy A vida é ingrata, boy Sem ação de graça Aqui é estigmata from Nordeste, nata litoral, Leste Tô intacta, isso é abracadabra E nossa mágica dispara na calada, balas e granadas As recatadas abrindo o placar, que nem Marta Parelho e os de porto vão para o raio que o parta Cê não pediu? Hashtag partiu, ãh Toda oposição cê não chama de covil? Então vem que tô a mil Sepultei meu lado servil Aqui é mais que uísque e Red Bull, tênis Nike e fuzil Prá, prá Daria um filme [Verso 3: Arielly Oliveira] Mic na mão, disposição Muito talento, manter o pé no chão Por ser mulher, sou duas vezes cobrada Então não brinca, ladrão, presta atenção Não nego o meu flow quando ameaçada no jogo Solto a rima, sutil, nordestina Amedronto, não perco a linha Faço o que eu quero e nem vem com migué Beat do Crata mostrando quem é Desacredita no "oxente" da gente Mas tremeu nos versos conscientes Só eu sei da luta, de quanto sofri pra chegar até aqui Só eu sei do suor, das portas fechadas que tive que abrir Por ser mulher, por ser mãe solteira Com garra eu vou, não tem brincadeira Não levo problemas pra casa, mané Por minhas rimas muitos tão de pé Já que entrei no jogo, se entrei, o foco é ganhar Desse mundo louco, nessas cordas bambas que tive que andar Aguentei os nomes que me deram para me fazer parar Já fui santa, fui puta na boca dos MC's que minha voz quis comprar Dei a volta por cima, mostrei atitude e também meu valor Hoje sou negra Soul, representando Alagoas no flow [Verso 4: Lady Laay] Trampo a todo vapor, fazendo meu nome Por mérito meu, não na sombra de um homem Não ser conhecida por "mulher de fulano" Mas que arrombo porta e rasgo os pano E prossigo dando continuidade ao pesado legado de Dina Di Onde a presença feminina só é incentivada na entrada free Usadas como isca na pista pra atrair mais pagante pro baile Mas sempre excluídas da programa do palco e das lines Escanteiam nosso corre, ignoram nossa existência Ser mulher no hip hop, acima de tudo, requer resistência Com excelência, flow sapiência É conteúdo e talento, evidência Boca de falador calo mostrando competência Hey, machista, vem cá, me diz o motivo de tanto ódio Já sei: desespero e medinho de ver os homem perdendo o lugar no pódio Cansada de explicar o óbvio, rima machista vou levar a óbito Pernambucana, invadindo sem freio, sem pano, a rodeio Atropelo o misógino [Outro: Camila Rocha, Lilí Bélica, Arielly Oliveira e Lady Laay] Atropelo o misógino, atropelo o misógino