Esse feijão tá cheiroso Foi Dona Nenem Que mandou preparar Disse que a Penha lhe disse Que o fogo de lenha Tem bom paladar Bota lenha na fogueira, Nenem Deixa o feijão cozinhar Bota lenha na fogueira, Nenem Não deixa o feijão queimar Entre a cana e o tira-gosto Era mês de agosto Lembro muito bem Fui na favela do Rato Como convidado de Dona Nenem Estranhei o movimento Mas pensei por dentro Vai dar tudo bem Mas tropecei num tijolo
Esbarrei num crioulo Que caiu também Cheio de fome o negão Lá no chão esperando O feijão da Nenem Bota lenha na fogueira, Nenem Deixa o feijão cozinhar Bota lenha na fogueira, Nenem Não deixa o feijão queimar O negão queria briga Porém a fadiga não deu condição Vi que era malandragem Era pilantragem, era tudo armação Pediram uma ajuda Me deram a bermuda A pá, a enxada e o carrinho de mão Onde se lia Primeiro a laje depois o feijão