[Verso 1: Xará]
Não se subjulga a nada, que a confiança é igual a forca
Daquelas que cê sobe na cadeira e amarra a própria roupa
Um refém, e a porta dorme aberta
Viramos leão de circo, e a vida na selva é incerta
Liberdade a**istida é banho de sol
Calmante de contenção calaram com Simonal
Estado de espírito, um coma coletivo
Em fila de financeira nós temos lugar cativo
Dizem-me dos sábios que vivem infelizes
Pois, levam na razão de ser frágeis diretrizes
Que, impedem uns de ver e esses levam a mensagem
E outros que podem ouvir, pra esses faltou coragem
Por isso nós estamos aqui: sem público e sem mensagem
Vivendo num isolamento, servindo à mediocridade
Escravos de uma causa, uma crença, uma raça. Vai!
Pode pôr a mesa pro jantar e enche a taça aqui
[Refrão: Tiago Mac]
Olhe pra dentro de você
Não deixa dominar, deixa dominar
O seu ser, escute uma coisa
Deixa dominar, não deixa dominar
[Verso 2: Xará]
Se o inferno é da omissão, é que o céu é dos submissos
E o resto vive num limbo, morrendo e fazendo filho
Os puto dominaram e nos encheram de complexos
Veio as neuroses, no fim, o cartão de crédito
Onde vinha salvação, traduziram servidão
Nos resta só redigir, mudar pra subversão
Periferia, quilombo consentido
Criadouro de homem bomba à espera de um motivo
É o álcool que pega as mina, é o hash que faz a arte
As amarras vem lá de cima, o dinheiro foi nossa parte
A realidade é um gigante que vive o agora
Cê diz que está à frente ao tempo, mas paga as putas por hora
Tá pronto pra viver só? Já nasceu escravo
É a Síndrome de Estocolmo, cê morre pelo carrasco
Se tudo tá bem pra alguns. Dizem: “Tá bom.” Pra quem?
Não estava bom pra mim, cansei de ser refém
[Refrão: Tiago Mac]