Quando eu abri aquela porta, dei de cara em teu jardim, e percebi, consegui te ver de novo. Eu vi você tentar aparentar tá mais feliz, e eu sofri, por saber de ler de longe.
Se lembra aquele dia que você me falou de tudo que eu fiz do que eu não quis do amor? E aqui tô eu. Bem aqui, sou eu de novo. Enchi o meu caderno de palavras sujas sobre mim e encontrei o teu nome muitas vezes. Se lembra aquele filme que você me falou, eu acho que você já se esqueceu do horror, e que o fim lembrava a gente?
Chorei, pois doeu demais e eu não fui capaz de me conter. Porém, não posso esquecer, perdoei você quando cheguei na sua rua.
Você é meu pequeno terremoto, e basta te encontra. Tudo treme. Prédio e pontes desabam, viadutos caem, tudo fica fora do lugar. Sísmico sentimento, deslocamentos de terra no meu quarto. Tempestades de areia na minha cabeça durante o sonho, acordo deserto. Você é meu pequeno deserto, e basta cruzar o olhar. As folhas caem desiludidas, ficam os espinhos, os galhos retorcidos.. Como lembranças, ou lamentos. Você é meu pequeno grande muro, minha cidade dividida ao meio, minha cidade proibida. Meu pequeno êxodo, nunca mais fui o mesmo.