Ei, irmão
Me escute:
Eu não pedi para nascer e aqui estou
Indigesto, incômodo
Dentro de um cômodo
Eu cuspo versos feito um dragão de komodo
E quanto mais sincero eu tento ser mais eu me fodo
Em minhas neuroses eu não tive tempo para relaxar
Incomodei quem mais me amava!
E hoje engulo a seco o gosto amargo do pesar da consciência de saber que o tempo pa**a
Portas fechadas, de mãos atadas
Em outras quebradas
Perdi o rumo em outras magrudadas
E só quem sabe, sabe
E quem não sabe blefa
Flerta com a noite e se esquece
Do que interessa
Ponteiros aqui correm tão depressa
REFRÃO
Ando sem tempo para pensar em alguém
E hoje lamento se não tá tudo bem
Lembro que eu disse:
"Maloka, seja ágil, que a vida vai pa**ar!"
E era quarta-feira mesmo que me ligaram dando a notícia de que eles estavam certos:
"Aqui se faz, aqui se paga"
E eu que tanto duvidei
Paguei com a carne, com o sangue
Com a gangue
E não me arrependo nunca:
Reescreveria cada palavra
Sobre elas: festas, drogas e mulheres belas
Que durante uma noite entenderam todos os meus problemas
E ao amanhecer discutiram dilemas
E durante o dia viveram as minhas mazelas
Sinto pena por elas
REFRÃO