[Refrão: DUC & Pataca]
Sibarita faz o que pode pra não suar
Sibarita vive só de papo pro ar
[Estrofe 1: Pataca]
Vive de férias. Ócio pra ele é coisa séria. Não confere as contas
Pra ele já ta bom. É tipo um dom. Esse Don julga de bom tom ter prazer e fazer com que tudo melhore
Sua cerveja é (toda ela) só primeiro gole. Só come do melhor que o mundo do trabalho colhe
Em vários cenários extraordinários que otários acham ser imaginários
Seu diário e anedotário fazem da vida de Romário um calvário sem páreo, ordálio tartáreo
Bicho, tudo lhe faz feliz: das coisas sutis prazeres maiores
Formigas em Guaraparis ou n***as em Paris, fornicações e malabares, bares em Síbaris… Ah!
La dolce vita. Curte várias fita. Sempre na estica. Pica dos catita: Mr. Sibarita
[Estrofe 2: DUC]
Fez a fama e deitou na cama. Vive do que fez durante o que chama
De fase áurea, sobre cujas láureas ele monta o berço esplêndido, enquanto não se exaure a
água desse poço. Tenta. Finge algum esforço que mal se sustenta
Tudo feito a pulso num impulso que se gasta em gestos e projetos que não bastam mais
Tem dia que ele se entedia e, a**im que a estafa se anuncia
E a crença de que a obra é vazia se a**enta, ele para e renuncia
Pra se manter imune a falha, não batalha, não trabalha, nem faz coisa que o valha
Nunca mais esteve sob o fio da navalha—satisfeito no banquete de migalha
[Refrão]
[Estrofe 3: DUC]
Pra quem vem da Bahia como eu é bem comum
Ouvir, “É tudo preguiçoso; dali não salva um”
Só que, com comentário pra minar a autoestima
E tentar me diminuir, eu nunca me abati
Me derrubar é osso. Tentaram; eu não caí
Me miro no exemplo do velho Caymmi.
Ele gravou só a nata pura
De sua produção e pôs a**inatura
Em “Marina”, “O Samba da Minha Terra”, “O mar”...
(Com Panela, Batatinha e Riachão, vamos sambar!)
Os filhos de teu filho vão saber quem eles são
Se liga, que esse mito da preguiça é expressão
Bem vil, "sutil e escamoteada—
Porque risível e folclorizada—
De racismo” contra quem é baiano
É como disse certa vez o professor Octavio Ianni.