Sou do mundo dos que não tem pressa
Sou do canto dos de pouca prosa
Vou garimpando a vida na bateia
Revirando areia em prece preciosa
Ametistas, hematitas, águas marinhas
Por que não
São descuidos de algum anjo torto
A brincar de bodoque
No quintal do universo da invenção
Diamantes dos amantes de antes
De agora em diante pra sempre serão
Poemas de amor esculpidos dos olhos de Deus
No último dia da criação
Topázio nos olhos de tigre
Turmalinas verdes que de ver projetam
Sua luz sobre o canto da fada
Entoando a toada talhada no chão
Turmalinas, esmeraldas, sodalitas
Carbonitas que de leve levem
Pra dentro de um quartzo rosa
O saber da existência, o sentido da civilização