[Intro]
Viaja não, fi
Sente essa parada
DuckJay... Ho
[Verso 1]
Sugestão pra ser o vilão
E não me interessa cicatrizes das suas mãos
Poucos já comovem suas lágrimas em vão
Se tudo que tem
Num é custo do seu suor pelo chão
Meu corpo arrepia só em pensar, em ver, como entender
Quanto vai valer a vida que eu quero vender
O tempo pa**a e cê nem vê
E quando acordar, vai ter que pagar por um novo amanhecer
Não quero ser o rei do flow da favela
Nem uma figura da Globo com uma música na novela
E expôr na tela a vida como eu queria ela
Não a que eu vejo todo dia, quando eu abro a janela
Sou mais um cantor de rap ao seu ver
Que em prol de você, quantas vezes vi o Sol nascer
Por vontade de escrever
Ou tentando compreender o que você pensa
Mas você não tenta me entender
O sol quente, o adolescente de chinela
Na linha cinza da sociedade, made in favela
Calado, sangrando em frente ao desaforo
Pro arrombado vir dizer
Que eu não posso ter um cordão de ouro
Tudo que eu tenho é meu
Pois papai não me deu
Fugi da escola, e aprendi sem cola o que era eu
Só pra provar que a música prevaleceu
E o muleke que o rap matou ainda não morreu
[Ponte]
Mas quando eu sonhei era bem pior
Hoje acordei, olhei ao redor
Então eu notei o quanto mudei
Usei o que errei pra te ver melhor
Os caminhos que andei, só eu sei de cor
E não sangrarei pra você sentir dó
E permanecerei como a primeira vez
Por tudo que amei...
[Refrão]
Majestades caem, os castelos caem
Tudo na vida vem como a vida vai
As máscaras caem, amigos se traem
Tudo na vida vem como a vida se vai
[Verso 2]
E que a missão caia sobre mim, de novo
Pra você, tá facin ver o muleke a**im, esperançoso
Fazer de hoje um bom dia virou uma guerra
Mas como fugir da minha cela, se a minha favela tá nela
Voltei aos 12 anos, lembrei mil fita
Cortei o pé no vidro, correndo atrás de pipa
Mas algo me dizia: Vai lá, não desista
Não sei, mas eu sabia o valor de uma "de bica"
Objetivo de crescer, acho normal
De conhecer e reconhecer o profissional
Mas eu componho meu momento sentimental sem rótulo
DuckJay na pista, porra, foi mal
Vou falar dessa rua sim, e foda-se
Pra você sentir como se estivesse aqui
Não vou dizer que a minha quebrada é um estopim
Mas fazer sorrir quem vive aqui
Não é tão fácil a**im
A sua mente alienada não me representa, não
Nem aqui, nem na China dos anos 90
Eu vim da parte da guerra que acorda, arrebenta
E não adianta ter apenas uma .40
Favela é zika, balança, mas num cai
Ah, a verdade é outra, piranhagem pra carai
Quanto mais peso, sucesso na quebrada
Mais os muleke tá preso, até hoje ninguém fez nada
Ô mundin pequeno de maldade sem tamanho
Canta rap pro safado que a**alta minha mãe
E procê ver o que pode acontecer nesse rolê
A gente pode até nem mais se ver
[Refrão]