Fim de semana, fim de tarde
Eu mexo o gelo do copo com o dedo
Melhor sozinho, até porque
A solidão é uma velha amiga
As persianas clichezadas
Não filtram a poeira dourada
Esse escritório as vezes dá impressão
De um pardieiro suspeito
Longa avenida eu sei
Mais eu preciso encontrar
Outra saida eu sei
Pra esse romance noir
A sombra entra lentamente
Enquanto o trânsito ecoa distante
Não sei porque ela insiste...
Mas não vou, não vou pensar nisso agora
Como também não vou pensar
Que o amor tem seus próprios fios
A chuva desce com trovões
E da janela observo a fiação
Longa avenida eu sei
Mais eu preciso encontrar
Outra saida eu sei
Pra esse romance noir