[Verso 1: Wander$]
Madrugada é foda, mano
Mil fita na mente
E eu não vejo nos meus dias nada de resplandecente
O que se sente?
Por que cê mente?
Cê ta contente?
Eu só vejo olhares e semblantes indiferentes
No meio do asfalto, pés descalços
Pouco se importa
É muita falação e muita idéiazinha torta
Se adentre no seu interior
E arranque essa mágoa, todo desprezo e rancor
Peço perdão ao meu senhor
Pois me perdi, nessa busca incessante tentando me encontrar
Será que esse é o meu lugar?
To sem respostas e o que resta é duvidar
E é de duvidas que sempre vamos viver
Pois são elas que fazem a gente querer aprender
E eu me pego sempre, falando comigo mesmo
Tentando achar respostas, mas sempre caio no esmo
Não vai ser fácil quando cê quer fazer o seu melhor
E vê se suas expectativas jogadas ao pó
Mundão te quebra e não te da anestesia
Te vendem sonhos e não te dão nem cortesia
Capitalista, a ambição aqui consome o homem
Que tem dinheiro pra matar, mas não matar a fome
Mentes criadas pra não pensar e só obedecer
Não questionar, se omitir e foda de ver
Sigo buscando e sempre querendo mais
Acrescentar ao meu eu interior e ter um pouco de paz
E o vazio abraça
Enquanto o silêncio grita
Pa**ando as madrugas em claro
Pra escrever a vida
E cada linha forma a trilha da estrada
Pra quem nasceu com nada o algo já se torna tudo
Vivendo em um mundo imundo onde a escuridão orquestra o caos
Minha mente é um caos
Mas só aqui dentro do meu mundo
Eu juro
Quero ser grande como alexandre
Sem derramar sangue
Eu quero conquistar meu império
E me impor no que eu faço
Sem nada de escaço
Seguindo o compa**o
Da vida em cada pa**o dado
Entre apertos de mão, beijos e abraços falsos
Eu observo e seleciono quem cola do lado
Eu vejo interesses e não vejo amizade
Eu enfrento os problemas, mano, não sou um covarde
Até a Rosa que é frágil tem espinhos pra machucar
Hoje eu bato na vida cansado de tanto apanhar
Mas nós vivemos de pitacos de sentimentos
Felicidade, alegria, amor, dor e lamentos
Enquanto o silêncio grita a gente tenta sonhar
Vivendo a cada dia, cada qual tem seu lugar
Deixa o vento bater, deixa a vida levar
Seguimos vivendo a vida e tentando sonhar...
[Verso 2: ViNão]
Pobres corpos sem alma
Copos cheios de mágoa, a solidão é o meu karma
Mas é a aguardente que me acalma nessa madrugada
Observo as ma**as em desgraça
Ao redor do mapa, mas no centro dele se encontra a séde do aristocrata
Que chicoteia o negro no tronco, o tronco cheio de marcas
E cicatrizes sem pontos a liberdade é entre aspas
O diabo lança suas caspas
Só a raspa do pino e pronto
Mais um gole e fico tonto
Quanto tempo pa**ou desde que eu entrei na perspectiva
A luz vem do espectro, não basta você querer ser livre, se você mesmo se priva
Da vida social se livra rede social é sua nova vida
Gestão pública de ensino, doutrinação, forma milhares de robôs mas se indagar eles diz que não
Afogados até topo de um monte de merda só vê merda, por isso só pensa nela
E uma fração dessas pessoas se desligam da matrix
Não se algemam ao sofá a**istindo netflix
Como se fosse a unica coisa que importa**e
O lazer é a cela, mas o exagero é a perda da chave
Estamos sendo jogados em um mar de cobras
Protestos não de padeiros skatistas, mas tem ma**a de manobra
Eu invado as mentes tipo black ops
Defendo a cultura black e não os black blocs
Que nessa festa de pão e circo são os mais irônicos
Protestam pra diminuir a pa**agem colocando fogo em ônibus
Vivendo a cronica dos matadores cronicos
Roubando vidas com facadas no estomago
Nem no âmago de um psicopata se torna algo icônico
Porque a vida se tornou uma guerra dos tronos
Porque antes do estrondo vem o tombo
Se perdeu pegue seu atlas e siga Cronos...