[Verso 1]
Anteontem minha gente
Fui juiz numa função
De violeiros no nordeste
Cantando em competição
Vi cantar Dimas Batista e Otacílio seu irmão
Ouvi um tal de Ferreira
Ouvi um tal de João
[Verso 2]
Um a quem faltava um braço
Tocava com uma só mão
Mas como ele mesmo disse
Com veia de emoção
"eu canto a desesperança
Vou na alma e dou um nó
Quem me ouvir vai ter lembrança
De Tomás de um braço só"
[Verso 3]
Outro por nome de Euclides
Pedia com voz mais rouca
Maior atenção de Eurides
Mas dizem que ela era mouca
Já o Joca de Carminha
Não via a hora chegar
Por onde anda Nezinha
Que não vem me ver cantar?
[Verso 4]
Aquilo é mulher de lua
Dia tá bem, outro não
Gosta de mim, mas não vê
Futuro na profissão
Mesmo a**im jurou que vinha
E me fez ficar contando
Sem saber cadê Nezinha
Joca foi desanimando
[Verso 5] (2X)
Friagem no lajedo
No ar do olhar um tormento
Cantar os males mode apagar
Um amor ardendo
[Verso 6]
Dentre todos repentistas
Zé Jacinto é o mais menino
Esse nem tava na lista
Mas é neto de Jovino
João Braúna e Pernambuco
Arribaram sem cantar
Um porque tava de luto
O outro não quis explicar
[Verso 7]
Cá no desvão do nordeste
A vida não vale o nome
é gente que nasce e cresce
Pra dividir sede e fome
Mal começou Zé de Tonha
Todos caíram vencidos
Cantando suas vergonhas
Foi ele o mais aplaudido
[Verso 5] (2X)
Friagem no lajedo
No ar do olhar um tormento
Cantar os males mode apagar
Um amor ardendo