As aparncias enganam aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o dio
Se irmanam na fogueira das paixes
Os coraces pegam fogo e depois
No h nada que os apague
Se a combusto os persegue
As labaredas e as brasas so
O alimento, o veneno, o po
O vinho seco, a recordaco
Dos tempos idos de comunho
Sonhos vividos de conviver
As aparncias enganam aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o dio
Se irmanam na geleira das paixes
Os coracoes viram gelo e depois
No h nada que os degele
Se a neve cobrindo a pele
Vai esfriando por dentro o ser
No h mais forma de se aquecer
No h mais tempo de se esquentar
No h mais nada pra se fazer
Seno chorar sob o cobertor
As aparncias enganam aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo
Se irmanam no outono das paixes
Os coraces cortam lenha e depois
Se preparam para outro inverno
Mas o vero que os unira
Ainda vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira
Na reticente primavera
No insistente perfume
De alguma coisa chamada amor...