[Reflect] Meto ar nos pulmões, o meu coração pulsa Fechado na sombra que só o amor expulsa Refém do meu corpo, vi a mente afastada Perdida em ruínas, casa derrubada Vagabundo de capuz, só na madrugada Levaram-me a luz e eu não vejo nada Onde é que está o Pedro? Nem eu sabia Arrastei-me pelo tempo e o tempo ardia Às voltas comigo, perdido no trilho Sozinho, calado, apagado e sem brilho Tenho gritos em mim, mas já não quero soltá-los Tenho sonhos em mim, mas já não quero cantá-los Arrefeço a coragem no frio que me aperta Sinto o conforto nesta dor que me afecta À espera do dia em que o sol já não raia Filho de Armação que vai morrer na praia Mas esta noite o mar não me colhe Sou mais uma marca na ponta do molhe Maresia atravessa a roupa que transporto O vento traz a chuva e eu já nem me importo Tenho o céu nos ombros e escombros no peito Se não sei se acordo como é que me deito? Caio no vazio, já não gosto da vida Vozes na cabeça apontam-me a saída A maré está cheia, eu reparo e vou A cada pa**o mais longe do que sou Não sei se é caminho, nevoeiro mascara Sinto arder o fogo que me queima e ampara Talvez ceda finalmente e vá na corrente Mas tropeço no futuro que não vejo à frente Meto ar nos pulmões, coração ainda pulsa Fechado na sombra que só o amor expulsa [Refrão] Fechado num cubo Longe de tudo Sinto vida a escapar-me num segundo Preso no escuro Não vejo ninguém Se for a noite a levar-me eu fico bem [Reflect] Tenho medo de mim, hoje vou-me embora Quero desaparecer, água que evapora Procuro o meu carro no estacionamento O alcatrão já me sente, pa**ei o cimento Já não cabe em mim, pa**ei a medida Lá fora não existo, pa**ei à vida Já não sou quem fui, quem sou não cativa Fechado no carro, mas barco à deriva Sem destino no mapa, vagueio na cidade Quero fugir da sombra que me invade Vejo luzes a pa**ar e isto não me pa**a Perdido na vida já não sei que faça Estou farto, farto, farto de tudo Acelero a fundo, quero fugir do mundo Olhos fechados, não quero voltar Quero uma luz que me possa salvar [Refrão] Fechado num cubo Longe de tudo
Sinto vida a escapar-me num segundo Preso no escuro Não vejo ninguém Se for a noite a levar-me eu fico bem [Reflect] Meto ar nos pulmões, o meu coração pulsa Fechado na sombra que só o amor expulsa Sinto o motor, mas não sabe a leveza Mãos no volante, agarro com firmeza Amargo sabor atravessa o palato Se a estrada acabar: Último acto Por isso quando ao céu chegar Já tenho uma história para contar Escrevo cartas na memória, sei de cor a despedida Meto memórias na carta, sei de cor a minha vida Há músicas para contá-la, o legado permanece Sinto-me a voltar ao mundo enquanto o mundo desvanece Se amanhã não estiver, quero um pouco de luz Sede de infinito já não me seduz Só quero que a dor e a voz se calem Antes que a noite e o frio se instalem [Reflect] Abro os olhos a tempo, há tempo para mim? Tiro o pé do pedal e acredito que sim Não sei o que há depois da curva Levem-me a chuva desta visão turva Inverto o sentido, dou mais uma chance Agarro a história antes que ela avance Não sei o futuro, mas quero sabê-lo Sair do cubo e poder vivê-lo Pinto o destino, adio a partida Respiro e sinto a minha batida Só quero voltar a ser o que era Armação, Reflect, Pedro, Kimahera Só quero voltar a ser o que era Armação, Reflect, Pedro, Kimahera Só quero voltar a ser o que era Armação, Reflect, Pedro, Kimahera [Refrão] Fechado num cubo Longe de tudo Sinto vida a escapar-me num segundo Preso no escuro Não vejo ninguém Se for a noite a levar-me eu fico bem Fechado num cubo Longe de tudo Sinto vida a escapar-me num segundo Preso no escuro Não vejo ninguém Se for a noite a levar-me eu fico bem [Laura Abel] Isolo-me num cubo transparente que não deixa que ninguém chegue até mim Não estou cá... Mas algo faz com que o cubo desapareça e pareça que voltei ao mundo Sinto tudo. E sabe bem No escuro Não há saída. Nem sequer a procuro Tenho medo Quero ficar aqui, sozinha Preciso de ajuda. Mas não quero ver ninguém Abre a porta e vê Não tenhas medo do desconhecido Abraça aquilo que a vida te ofereceu Abraça a segunda oportunidade que a vida te deu