[Verso 1: Rashid]
Meu mano, meu som tem fome
Porque eu tenho fome de mudança
Vim do meio de uma tempestade
Então vai por mim
É melhor a bonança
Entendi como funciona a balança
Eles no lance
E os nossos no lança
Nem tudo é tristeza
Mas se for só festa
O povo em todo sentido só dança
Tenho flow porque já me senti sufocado
Olhando egos em desfile
E o meu soterrado perdido em qualquer buraco
Igual os trinta mineiros do Chile
E o fardo pesado tipo A Milli
Fugindo de ser Super Billy
Com a verdade incrível nos olhos
Ao contrário da maioria
Que é Milli Vanilli
Eu trouxe a coragem da luz
Escrevo enquanto o Caíque produz
É o som que derrete os iglus
Mesmo sem ajuda igual ao mandacarus
Não é trap, nem trap
É só rap pra entrar
Ouvindo num templo ou em tampa
Agora licença que alguém precisa trabalhar de verdade
Enquanto cês fingem que trampa
[Verso 2: Caligari]
Tô vendo a cultura sendo arrastada
Com várias ideia errada
Só drogas pra essa molecada
Tá bom pra quem tem geladeira lotada
De barriga cheia e mente vazia
Mistura insana, deve dar azia
Se conforma bem no seu dia a dia
Justamente era o que o sistema queria
Leva a sua vida nobre esnobe
Enquanto eles levam o dinheiro dos pobres
E ninguém se comove, é
Rap de valor
Vale mais qe seu ouro, dinheiro e mulher
Pode falar que é o cara mais foda
O mais pica
E faz levada na batida
Porém nunca vai ouvir da boca de ninguém
Seu rap mudou minha vida
Papo reto, enquadramento lírico
Meu tiro não pa**a batido
Cada verso é uma bala de dumdum
Com um tiro estraçalho ouvido
Dos que não idolatram a música, só o artista
Pelo visual, ó, roupinha bonita
O que vale ter um monte de fã
Se nem metade se importam com a sua escrita
E eu
Tô no final da sua lista, tchau
Hasta la vista, baby
E sem disputa
Porque minha luta é bem maior que o rap game
Game over no jogo de egos
Eu trago a visão
Tiro a vendo dos cegos
Dessa ilusão
Ainda há tempo pra enxergar a real
Do nosso mundão
Vai
[Coro 2x: Gali]
Enquanto ainda houver tempo
Haverá vontade
Realidade triste
Quem vive persiste
Foda-se o sistema
Enquanto a quem é quem
Só o tempo pra dizer
Não aguento mais ouvir
Você reclamar pra mim
Que não era pra ser a**im
Que não era pra ser a**im
[Verso 4: Leal]
Então demoro pode pá, se faz a prece
Só não esquece de também pedir perdão
Pois é fácil lembrar de Deus
Em qualquer lugar quando se tá na precisão
E eu vejo o mundo caindo aos pedaços
Muito egoísmo para pouco espaço
Fraca**os de vários pra um se dar bem
Se fosse só por mim isso seria tão fácil
Uma vida por minuto
Despreparo da polícia
E a quebrada com medo dos home
No enquadro, revolta já vem na malícia
O verme bate e depois quer seu nome
Na moral, melhor a boca não abrir
Se sua mente se cala
São vários golpes instalados por aqui
Mas só de um que eles falam
E a felicidade tá num gesto simples
Tão simples, mas que ninguém aceita
Tipo sorriso sincero daquele mendigo no chão que você rejeita
Tem que estudar antes de chegar
Querer julgar e estufar o peito
Rap não é crime, não ter não é vergonha
Grafitti não é pixo, mulher não é bunda e peito