Vou guiar a minha vida Pelo trilho dos pastores Vou embarcar na partida Levando cheiro d´amores Tenho o mundo à cabeceira E vou dormir ao relento Naufragar na bebedeira De um coração cata-vento Que há-de ser da vida errante das águas? Do verde Índico, doce sargaço sem mágoas? Que fará o Sol deste caminho dos sonos? Inventar num riso o que fomos e somos
Hei-de fazer "canganhíça" Com o tempo que foi ido À procura dum sentido No canto do magaíça Quando eu morrer cresça o capim sobre a terra Farol que gira, primeira luz sem espera Hei-d´ir de peito aberto como louco em viagem Aninhar-me na aventura p´ra chegar à outra margem Sou como sou, basta-me o vento Estou onde estou, onde me ausento