[Verso 1]
Mais uma odisseia, roubei a cor à linha e ‘tou azul
A precisar de um café, c**a-cola e redbull
O comboio para um pa**o atrás de mim a ver a se eu pulo
Na, agradeço e pisco o olho à papi chulo
Tenho a ideia que o conheço, como ao ver um velho amigo
Já são anos consigo e só consigo um toque breve
Em qualquer revisor que faça a linha de Caíde
Face a vê-lo aqui comigo estou feliz que não há greve
Aqui há germes de mendigos e modelos
Qualquer trapo serve neste trem dos pesadelos
É o sitio mais propício para enfrentar os meus medos
Mora cá o big foot, já vi pegadas com dedos, credo
Tudo se encaixa que esta vida é um lego
Vêm-me à cabeça as noites ébrio, pouco sóbrio
De pés esticados neste banco, só agora enxergo
Que estou sentado num trono com pegadas de mim próprio
Parvo… que nem à minha frente o Johny Bravo
A pisar-me as sapatilhas e nem dá por isso
Mas também está desculpado, é dos que vem ocupado
Do trabalho para casa já a adiantar o serviço
Parvo… sou eu aqui armado em Johny Bravo
A pisar em sapatilhas e nem dou por isso
Mas espero estar desculpado, sou dos que vem desligado
Nesta parte da odisseia fico fora de serviço
[Refrão x2]
Perco-me aqui dentro, tento e não vou
Ver de volta o tempo que aqui ficou
É mais um momento para ouvir um som
Perco-me aqui dentro, tento e não vou
Ver de volta o tempo que aqui ficou
É mais um momento que dava um som
[Verso 2]
Dá-se uma cena de ação
E eu já a pensar qual o atraso à pala da confusão
Enquanto o pica corre atrás de faltas de educação
Vejo cabelos no ar e conto os minutos na estação de Suzão
Mas tudo isto é uma armadilha
Porque todos fazem parte de uma família cigana
No fundo é só a vida a testar se eu serei capaz
De separar uma etnia de uma qualidade humana
O problema está na grana
Do lado, sentado alguém que cheira a um banho nunca tomado
É vitima sem culpa do estado deste país
É o que a minha mente diz, não o que sente o meu nariz
Nem São bento aqui me quis, vou sair mal cheguei
Apanho o metro saio em Nau vitória, merda, enganei-me
Não há ninguém só um casal pra pedir informação
Mas olham com cara de caso e ela com cara que o masturba
São um quarto para as dez, falta um quarto para os dois
Entro no escuro à descoberta do caminho
Da Nau Vitória em busca da Nau Catrineta depois
De uma viagem a sós, uma viagem sozinho
[Refrão x2]
Perco-me aqui dentro, tento e não vou
Ver de volta o tempo que aqui ficou
É mais um momento para ouvir um som
Perco-me aqui dentro, tento e não vou
Ver de volta o tempo que aqui ficou
É mais um momento que dava um som
[Verso 3]
Há quem evite o contacto
Preferem não falar não vá ser mais um intruja
Um gajo nunca visto neste lugar tão pacato
Sabe-se lá o que procura, eu percebo dona, fuja
Ao longe gunas penso: mais uma armadilha
No fundo é só a vida a testar se eu serei capaz
De ultrapa**ar o aspeto de um grupo que se aproxima
E tratá-los com o mesmo afeto como a qualquer bom rapaz
“Não sabes onde estás?” respondi-lhes que não
“Então anda connosco”, não pude dizer que não
Estão-me a levar pro túnel, vai subindo a pulsação
Mas eu só consigo pensar que isto vai dar uma canção
Quando o anjo bom me diz: “olha que vão roubar-te”
E o anjo mau se ri: “olha que vão matar-te”
Eles dizem “Vai a frente vira aí que já chegaste”
Eu avanço e de repente…cheguei à Primark
[Refrão x2]
Perco-me aqui dentro, tento e não vou
Ver de volta o tempo que aqui ficou
É mais um momento para ouvir um som
Perco-me aqui dentro, tento e não vou
Ver de volta o tempo que aqui ficou
É mais um momento que dava um som