[Verso 1]
Aí, fumaça engole o povo
Vidro sobe, louco dia, igual um monte
Dividi o cinza do horizonte aqui
Sem fingir com a brisa eu vou na fonte, fi
No fronte, tua vida lembra a morte
A multidão sem sorte
Vaga, fuma, traga, corta, daga, bolsa, vai, foi, indo
Centrão SP, seja bem-vindo
Hospitalidade zero, o espetáculo
Monstro de concreto abraça com os tentáculo
Como se todo dia fosse ontem, sem novidade
No ouvido o fone ganha a maldade
A mente longe, natureza morta, e as esquina
Encarrega em matar o que germina
Entrega propina que cega imagina
A justiça divina o podre contamina
Porra, como cê tem coragem de criar os filho aqui, hein?
É sério, meu bem
Cansaço no rosto do senhor
Que cata papelão sonhando em voltar pro interior
Se apega ao valor da antiga, fadiga conspira
Tua cota é derrota, seu sonho não vira, é mentira
Maquina de desilusão
Fast-food de fustração
Luz, camera, ação
Epidemia de alma vazia, jão
Vento corta, a city vive morta
Se a missão é aquecer o coração, aborta
Já era, prospera o que é ruim
Corrupto em púlpito colhendo din
Uns quer ver qual é tim-tim por tim-tim
Sim, sim, a coisa aqui é a**im
Até o fim sampa
[Outro]
Vagamos pela cidade como a**ombração
Sem lágrima ou razão
Sem dádiva ou gratidão
Pela calçada, vivendo por tudo e morrendo por nada
Somos a essência de um gigante de cimento
Frios como o cimento de estátua sem essência
Rápidos como notícias ruins e curtos como dias bons
Poluição e esperança, é...
Somos os carros e os corpos doentes
Frenéticos e soltos nessa caótica dança