[Verso 1: Nocivo]
Licença, sangue
Deixa eu te mostrar o que é poesia
Navego num mar de almas implorando alforria
Lutador luta agora e o covarde sempre adia
Se o errado aqui tem voz o sábio nunca silencia
Gritos de agonia, meu povo sorri chorando
Os mortos resistindo e os vivos se entregando
Vamos se aproximando, do fim se vê o começo
Fulano ali se vende sim é só aumentar o preço
Música não tem cor. Nem arte, endereço
Postura uns morre sem, outros vem com ela de berço
Só quero o que mereço, meu santo não é de gesso
Vacilação total não aprendeu como tropeço
Apresso o recomeço, apreço à utilidade
Os de mentira vive gritando que é de verdade
Julgando os meus defeitos não viu minha qualidade
Antes são na loucura que louco na sanidade
Outros são nem metade mas acham que pode tudo
Se justiça tem voz, malandro, o sistema tá mudo
Humildade não é escudo
Nem nosso sofrer, orgulho
Se espantou pois esqueceu que vaia também faz barulho
Maloca... vários monstros ao meu redor
Quanto mais gente conheço mano me sinto mais só
E o pastor que ontem se sentia entre nós o melhor
Fez como o diz na bíblia, e retornou ao pó
Quem é você? bota as cartas na mesa
Em cada coração a coleção de incerteza
Tristeza, na selva, que rouba a impureza
Verme se demasia com mania de grandeza
Contra a correnteza suportei temporais
Bolando mais um blunt com rimas transcedentais
Um monte chega na frente pa**ando vários pra trás
Esquece teu pa**ado que esse aqui não volta mais
[Refrão: Nocivo]
Na madrugada escrevendo ao lado da solidão (Poesia)
Em cada linha escrito um pedaço do coração (Poesia)