Medo eu tenho sim, claro que tenho Mas preciso trabalhar, né Enfrento esse medo todos os dias. (Nocivo Sh*mon – Jack) Senhor caderno Eu me interno com a caneta Pra compor contra a injustiça Que a**ola nosso planeta É muita treta Ela desceu do busão Encontrou com o namorado Numa noite sem verão E no seu coração Paixão desenfreada Desceu a rua só Dez da noite Na quebrada De repente medo vem Por alguém foi abordada Um cano na cintura Ela ficou paralisada Assustada Achou que era um a**alto Maldade de boné E oitão no asfalto Magro, alto No rosto uma cicatriz Mais um verme vai fazer Outra família infeliz Ela fez o que ele quis Deu bolsa e o celular Finge que namoramos Se gritar vou atirar Não teve como escapar Sozinha, arrastada Pro matagal escuro Sua roupa foi rasgada “Cadê suas amigas? Onde que estão seus manos?” Outra mulher estuprada Com vinte e poucos anos Interromperam seus planos Uma vida despedaçada Eterno é o trauma Na alma violentada Ela beirou a morte E a beira do abismo Conheceu o ódio Assa**ino com machismo No pente entupido De maldade Covardia Com soco e coronhada Outro estupro acontecia Quero ver seu amor Quero ver sua esperança Quando ver um lixo humano Mutilando outra criança Fiz a rima de vingança Mas talvez não mude nada Enquanto eu estou rimando
Outra mina é a**a**inada De carteira a**inada Ela estava com fé Levantou bem cedo Tomou banho e fez café Deu um beijo na sua mãe E andou uma hora a pé Nunca voltou pra casa Sumiu outra Salomé Final muito comum Todos sabem qual que é O preço que se paga Por ter nascido mulher. Por mim, por nós Pelos nossos avós E nossos ancestrais Mulheres vocês já sofreram demais! A dor do próximo Não te comove na trilha Quero ver quando essa dor Envolver tua família Juntaram a matilha É formação de quadrilha Agora outro Jack Vai sentir o aço que brilha Fiquei sabendo que ele foi capturado Na favela todos sabem O castigo de tarado Os lobos estão com fome Então preparem os talheres Cadê a valentia Do a**a**ino de mulheres? Já faz uma semana Que ele paga os pecados Até quando ele aguenta Todo dia é mutilado O verme sangra muito Tem espírito de porco Talvez toda sua dor Ainda seja pouco Segura o troco Na rua principal SAMU está resgatando Mais um Jack sem o pau Ao lado do seu corpo Suas mãos numa sacola Furado igual peneira Sem a língua e sem as bola Estuprador de escola Cada dia nasce uns cem Mas esse foi pro saco Não estupra mais ninguém Perdão. Por mim, por nós Pelos nossos avós E nossos ancestrais Mulheres vocês já sofreram demaisss!