Eu fiz a maior proeza, Nas bandas do rio da Morte, Com outro caminhoneiro, Traquejado no transporte. Fui buscar uma vacada, Para um criador do norte, Na chegada eu pressenti, Que era o dia de sorte, Depois do embarque feito s ficou um boi de corte. O mestio era bravo, Que at na sombra investia, A filha do fazendeiro, Molhando os lbios dizia. Eu nunca beijei ningum, Juro pela luz do dia, Mas quem montar esse boi, Lhe tirar a valentia, Ganha meu primeiro beijo que darei com alegria. Vendo a beleza da moa, Meu sangue ferveu nas veias, Eu calcei um par de esporas, E pa**ei a mo na peia. Peguei o mestio a unha,
Rolei com ele na areia, Enquanto ele esperneava, Fui apertando a correia, Mas quando eu sentei no lombo foi que eu vi a coisa feia. O boi saltou a porteira, No primeiro corcoviado, Numa ladeira de pedra, Desceu pulando furtado. Saa lnguas de fogo, Cheirava chifre queimado, Quando os cascos do mestio, Batiam no lageado, Parou berrando na espora ajoelhando derrotado. Pra cumprir sua promessa, A moa veio ligeiro, Me disse: "voc provou, Ser peo de boiadeiro". Dos prmios que eu vou lhe dar, O beijo  o primeiro, Sua boca foi abrindo, Seu olhar ficou morteiro, Nessa hora eu acordei abraando o travesseiro.