Quando fiz de tudo poesia Pra dizer o que eu sentia Fui mostrar Ela não me ouvia E mesmo Insistindo todo dia Era inútil Não me ouvia Sofia! Sofia! Não ouvia E não havia O que fizesse ela atender Sempre dispersiva Sempre muito ativa Sofia é do tipo que não pára Não espera e mal respira Imagine se ela vai ouvir poesia! Sofia, escuta essa, vai É pequena É um haicai Por fim Noite de lua cheia Prometeu que me ouviria Bem mais tarde às onze e meia Nunca senti tanta alegria Mas cheguei Ela já dormia Sofia! Sofia! Não ouvia E não havia O que fizesse ela acordar Sofia quando dorme Sente um prazer enorme Fui saindo triste abatido Tipo tudo está perdido Imagine agora a chance que me resta Pra pegá-la acordada Só encontrando numa festa Então, liguei de novo pra Sofia Confirmando o mesmo horário Mas numa danceteria A casa de tão cheia Já fervia E ela dançando Nem me via Sofia! Sofia! Não ouvia E não havia O que fizesse ela parar Sofia quando dança
Pode perder a esperança Mas eu tinha que tentar: Sofia Estou aqui esperando Pra mostrar pra você Aquela poesia, aquela, lembra? Que eu te lia, te lia, te lia E você não ouvia, não ouvia, não ouvia Hoje é o dia Vem ouvir vai Ela é pequeninha Parece um haicai E foi feita especialmente Sofia, eu estou falando com você Pára um pouco Vamos lá fora Eu leio e vou embora Ou então aqui mesmo Te leio no ouvido Se você não entender A gente soletra, interpreta Etc, etc, etc... Nada, nada, nada, só pulava Não ouvia uma palavra Aí já alguma coisa me dizia Que do jeito que ia indo Ela nunca me ouviria Essa era a verdade crua e fria Que no meu peito doía Sofria, sofria! E foi sofrendo Que eu cheguei Nessa agonia de hoje em dia Fico aqui pensando Onde é que estou errando Será Que é o conceito de poesia Ou é defeito da Sofia? Ainda vou fazer novos haicais Reduzindo um pouco mais Todos muito especiais Sofia vai gostar demais!