De manhã, que medo
Que me acha**es feia!
Acordei, tremendo,
Deitada na areia...
Mas logo os teus olhos
Disseram que não:
E o sol penetrou
No meu coração.
Vi depois numa rocha uma cruz,
E o teu barco negro
Dançava na luz...
Vi teu braço acenando,
Entre as velas já soltas...
Dizem as velhas da praia que não voltas.
São loucas!
São loucas!
Eu sei, meu amor:
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz que estás sempre comigo.
No vento que lança
Areia nos vidros
Na água que canta
No fogo mortiço
No calor do leito
Nos bancos vazios
Dentro do meu peito
Estás sempre comigo.