Existe um lar que
Se descobre um mundo
Envolve o risco
De quem vê o fundo
Não é azul
Não é azul, sincero
Só em meu canto
Por trás do globo que
Reflete o poço
Jogo a moeda que
Lhe pede o troco
Recolho a mão que
Num momento erra
Só por um sonho
Tiveste naquela chuva
Que não deitou
A rua em seu joelho, e acalentou
O pranto que brota intenso
Daquele asfalto e colheis
Um grão risonho e pleno
Não o joio em que regas
A lei em quanto tempo se
Constrói um mundo
Sem cicatrizes que
Preservam o impuro
Devolve em cor
Devolve em cor, me entregue
Só o encanto
Que seja a face que
Não se esgote rumo
A comunhão em que
Se veste o culto
A solidão é uma paixão por si
Dorme em meu canto
Esquece aquela culpa
Que se lamentou
Da curra pelo conceito
De estar e se pôr
Nas avenidas retas
Desgovernado irei
Qual a palavra certa?
Será aquela que
Atropela a lei