[Marília pêra]
Sabe o que acontece? Eu vou ficando emocianada com... o que eu tô dizendo, aí eu pa**o a não enxergar, sabe?
Fico lacrimejando. Não sei se é melhor eu beber àgua ou... é tudo o sistema... não, não... é tudo... emoções
Primeiro a gente têm que se acalmar
[Poema "Necrólogio dos desiludidos do amor" de Carlos Drummond de Andrade: Fernanda Montenegro]
Os desiludidos do amor
Estão desfechando tiros no peito
Do meu quarto ouço a fuzilaria
As amadas torcem-se de gozo
Oh, quanta matéria para os jornais
Desiludidos mas fotografados
Escreveram cartas explicativas
Tomaram todas as providências
Para o remorso das amadas
Pum pum pum adeus, enjoada
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
Seja no claro céu ou turvo inferno
Os médicos estão fazendo a autópsia
Dos desiludidos que se mataram
Que grandes corações eles possuíam
Vísceras imensas, tripas sentimentais
E um estômago cheio de poesia
Agora vamos para o cemitério
Levar os corpos dos desiludidos
Encaixotados competentemente
(paixões de primeira e segunda cla**e)
Os desiludidos seguem iludidos
Sem coração, sem tripas, sem amor
Única fortuna, os seus dentes de ouro
Não servirão de lastro financeiro
E cobertos de terra perderão o brilho
Enquanto as amadas dançarão um samba
Bravo, violento, sobre a tumba deles
[Sample: Gal Costa - Mansidão]
O amor que já me fez chorar, agora não fará - agora não fará!
[Refrão: Maydana]
O amor que já me fez chorar, agora não fará, agora não fará
[Verso: Goss]
Nosso mar tava calmo, agora ele repuxa
*Agora ele repuxa*
A gente tava tão alto, mas junto a gente não muda
*junto a gente não muda*
Acho que não tem retorno, fizemos o disco pular
*Pular*
No fim nossa trilha bifurca
[Sample: Gal Costa - Mansidão]
O amor que já me fez chorar, agora não fará - agora não fará!
[Refrão: Maydana]
O amor que já me fez chorar, agora não fará, agora não fará