[Verso 1: Dundum]
Queriam laqueadura em ma**a na periferia
Como não podem, dão pros filhos rojão da marinha
Sem quarto, Alô Bebê, andador, velotrol
Nascido pra ser a experiência no vidro com formol
O projeto da high society da Hípica
É xerocado em Hanói no ma**acre dos vietnamitas
Pro conselho de sentença, pobre pro júri não é sorteado
Aqui a Al Quaeda veste terno e não a**ume o atentado
Nos colocaram atrás da porta de aço temperado
Sonhando com a remição por três dias de trabalho
A meta é seu quintal com a AK na lata, enterrada
Seu cultivo de skunk em estufa com a temperatura controlada
Aqui o divã cura o trauma da mãe presidiária
Que amamenta a filha 4 meses pra ser adotada
Da empregada que rouba o resto do prato do patrão
Para a noite os filhos ter uma refeição
Corrigi Gênesis, há trevas na face do abismo
E arde no interno da Febem em forma de fogos de artifício
Burguesa, é tarde pra bloqueio dos bens da quadrilha
Vão te explodir de Igla, ouvindo a freqüência da polícia
É seu juízo final, caveira com foice
Por seus a**a**inatos por motivos torpe
Vingo o morto sem protesto, com as tripas à mostra
Expondo o homicida intelectual nessa Homenagem Póstuma
[Refrão: Eduardo, Dundum]
Pros mortos sem protesto, flores em memória
Aqui é o seu minuto de silêncio, sua Homenagem Póstuma
[Verso 2: Eduardo]
Fim de semana os coveiros abrem covas com antecedência
Pra atender a demanda da segunda-feira
Tem caixão pro catolicismo, espiritualismo, budismo
Protestantismo, candomblé, islamismo, judaísmo
É a era pré-histórica na era tecnológica
Que num click o ladrão destrava a porta giratória
Que o satélite fotografa em alta definição a favela
Pra à noite o GOE ser o pivô de outra tragédia
Vai degolar o traficante criado pela avó
Que herdou do pai o controle da venda do pó
Ou soltar sinalizador estrela, mostrar localização
Pras motos da ROCAM vir a milhão salvar os cusão
Boy, nem filtrando seu sangue ariano tem pureza racial
É igual o do bebê sem enxoval, no Amparo Maternal
Seus ossos não são de ouro, se misturam no ossuário
Com o esqueleto do 157 no Águia 5 pendurado
A humanidade prefere Barrabás do que Cristo
Por isso gastando um milhão de dólares um boy tá protegido
Então que se foda Medina, Silvio Santos, Olivetto
Wellington Camargo, Girz Aronson no cativeiro
Não me emociona seu caso notório no noticiário
Enquanto 10 boy na TV, aqui 5 mil mortos no anonimato
Minha dor só ecoa no Atlas da exclusão social do país
No cemitério de Perus, Vila Formosa, São Luis
[Refrão: Eduardo, Dundum]
Pros mortos sem protesto, flores em memória
Aqui é o seu minuto de silêncio, sua Homenagem Póstuma
[Verso 3]
[Eduardo]
A mãe mantém arrumado o quarto do falecido
Roupa dobrada, as fotos, como se estivesse vivo
Ninguém morre enquanto num coração é inquilino
Li numa coroa de flor e a frase faz sentido
A campanha do desarmamento não é pelo fim do crime
É 100 reais pela PT pro rico não boiar na Billings
A suástica é invisível, mas tem microscópio o meu olho
Vê quem tem a célula da Gestapo no corpo
Todo boy carrega o genes de Saddam Hussein
Se pudesse açoitava e decapitava 300 mil também
Um minuto de silêncio pro condenado sem prova
Pro que faz juiz refazer nariz com cartilagem das costas
[Dundum]
Pro que no desembarque ganha o turista
Tá de Ténéré, roubar ele e o taxista
Pro que espera cobertor da Pastoral da Rua
Pro nóia que o disque droga traz a domicilio a loucura
Pro Carandiru que não é Guinness por equivoco
Não contaram os presos no caminhão de lixo
Todo mulçumano um dia vai à Meca
Todo boy no porta-mala um dia vai na favela
No Éden moderno a Caixa Econômica Federal
Financia casa em bairro seguro pro cu policial
Senhor, guie a ficha no Pronto-Socorro
Mostre a luz pro pardo aparentando 20 anos, morto
[Refrão: Eduardo, Dundum]
Pros mortos sem protesto, flores em memória
Aqui é o seu minuto de silêncio, sua Homenagem Póstuma