[Verso 1: Dum Dum]
O governo não a**ume o poder paralelo
Diz que um presídio pra cada facção é um previlégio
Colocou sob o mesmo teto dois grupos rivais
Produto inflamável que incendeia a vela em 4 castiçais
A rinha foi montada, façam as apostas
Vence o galo que cravar a lâmina da sua espora
Que grade separa o ódio do judeu pelo o ariano
Do israelense pelo palestino, do cubano pelo americano?
Pras câmeras e muros na superfície rochosa
Preso é o Professor Pardal, sempre inventa a fórmula
Deus deu asa pros falcões, gaivotas, colibris
E Dantos Dumont voou com o 14 bis
Uma Glock pa**ou na tupperware de macarronada
Um carcereiro vai fazer test drive na concessionária
Amanhã no telhado tem lençol com a nossa sigla
Mostrando pro brasil o CNPJ da nossa firma
[Refrão: Eduardo / Dum Dum]
Ratatá, ratatá, o sangue vai escorrer
Aqui é onde o filho chora (Bum!) e a mãe não vê
[Verso 2: Eduardo]
É hoje o dia, se não teve trairagem
A gente toma a cadeia, 5 horas na contagem
Já pus minha armadura, guia no peito
Os cavaleiros afiaram as lanças pra defender seu reino
Ninguém tira 27 e é presidente igual Mandela
Por isso sou Antônio Conselheiro e Canudos minha cela
Psiu, lá vem o agente desarmado com as chaves
Que dão acesso às galerias de toda carceragem
Tática de guerra, um fator surpresa
Cai Mirrage, Patriot, qualquer sistema de defesa
"Clá-clá" sem reação, cadê o resto do plantão?
Rendi mais seis gambé aposentado vendo televisão
No corredor a ação fez eco, sinto cheiro de fumaça
Rival se ligou, pois colchão em chama de barricada
Vejo do guichê, a cela virou forno
Cusão de coberta molhada luta contra o fogo
[Refrão]
[Verso 3: Dum Dum]
Abre logo a tranca, tira o cadeado
Arrombado quer catar boi, morrendo asfixiado
Vai conhecer a arte marcial que não é do Van Damme
Nippon é como seu coração fora do corpo no tatame
Não chora se vai pagar a Via Sacra da sua família
A coroa na vigília com seu nome na cartolina
Como o Estado tem obrigação de garantir sua vida
Sua morte vai ser indenizada na justiça
Nesse playland cada um escolhe o brinquedo preferido
Forca, guilhotina, olho derretido no maçarico
Crânio vira bola no ritual de sadismo
Marreta fratura a costela que perfura o intestino
A morte dá o topo da hierarquia na nossa monarquia
Onde o rei domina do flat ao cômodo da periferia
Aqui ninguém quer a beatificação do papa
Santa é a mulher com a máscara de ferro, Anastácia
[Refrão]
[Verso 4: Eduardo]
Pelicano, Águia 2, Águia Dourada, Globocop
Joga um do telhado pro repórter
A cúpula de segurança mobilizou dois mil covardes
Um, dois, três batalhões, GOE, ROTA, GARRA, GATE
Os agentes fazem cordão de mãos dadas
Sabem que invasão pra carcereiro é caixão de lata
Tem a febre do que de peruca não fugiu com a visita
Do que não saiu com o falso oficial de justiça
Pro Instituto Butantan qual o veneno mais nocivo
O preso que mata do diretinho ou o Roberto Marinho?
Sem 1 real pra 3 por 4, pro documento
De 308 mil presos reincide 60%
Cortaram a luz e a água, vai tomar no cu, gambé
Chupa que o fim do motim não vai ser capa da Istoé
Negociador de elite, só temos uma reivindicação
Espera cair o último inimigo que acaba a rebelião
[Refrão]