[Verso 1: Fuse]
Tenta compreender o sofrimento de uma mãe
A educar o filho com o puto do salário mínimo
É-lhes prometido acima da média
Mas a média é tão baixa que o salário é uma merda
Tenta compreender porque há mães que não ganham como a tua
Quando tiram mais lucro na rua
É concerteza uma casa portuguesa
Mas debaixo deste tecto ouves gritos de violência
Só porque um paneleiro frustrado
Esta noite bebeu demais e agora está chateado
É no mínimo ridículo
Existirem filhos da puta como estes no anonimato
Tenta compreender porque há mães que sacrificam toda uma vida
Para que TU tenhas uma vida
E tu nunca chegas a saber totalmente...
Porque o coração pisado é escondido pelo tempo
E nem tudo te é revelado, só quando és crescido
é que sabes que a tua mãe foi objecto de sacrifício
Quando surge o filho da puta do divórcio
As crianças é que padecem no meio do tiroteio
Numa casa como a minha ou como a tua
Ainda mora muito povo na rua da amargura
Um conselho...protege o teu círculo
A base da vida é a família e os amigos
[Refrão]
Quantas famílias existem iguais à tua
O quê que oculta a rua da amargura
Quantas lágrimas se escondem por trás da Lua
É uma casa portuguesa concerteza...
[Verso 2: Expeao]
Tu sempre tiveste pouco, procuraste segurança na vida
Mas com a família dividida e destruída quebra-se a aliança
Esperas a mudança, mas quanto mais esperas mais te enterras
Mais problemas, mais filhos, mais conflitos
Menos finanças, gajos a dar canecos
Dentro de casa a stressar aos berros, frenéticos
Situações duras de lidar, de choque
Do tipo o teu irmão a ter um ataque epiléptico
Esquelético, tou certo que as famílias certas
Não se formam debaixo do mesmo tecto
Mães e filhas na prostituição, pais vão presos
Voltam mais violentos, bêbedos
Vidros de garrafa partidos, kits na calçada
Ruas escuras e drogas duras, pratas usadas...
Cenas do tipo entrar no meu portal e bater mal com esta visão
Corpos inertes no chão com seringas no braço
Eu afasto-os enquanto pa**o
É o Bloco 24, antigos amigos
Sem espírito, como paus de espeto
Secos...quando olhas só vês o esqueleto
[Refrão]
Quantas famílias existem iguais à tua
O quê que oculta a rua da amargura
Quantas lágrimas se escondem por trás da Lua
É uma casa portuguesa concerteza...