[Verso 1: Rashid]
Ainda me lembro da cena
Só eu e a estrada, olhos no horizonte
Fonte de mais de 1 milhão de problemas
Se tem que ser não existe dilema (não)
Meu sonho cresceu demais para esse mundo de gente pequena
Conheço ódio e saudade
Já me alojei e morei em cada canto da cidade
Cê tinha que ver
Mas sei que ou cê gira pelo mundo, ou fica esperando que ele gire em volta de você
Então senta e se regenera
Na rodoviária, indo e vindo igual a primavera
Mas sem toda essa maravilha
Sem amigos para sempre, por muito tempo eu fui minha própria familia
Seguindo minhas leis
O telefone toca, e ainda torço pra que seja algum de vocês
Daquele velho endereço
Eu vivo a rua, porque as mesmas ruas hão de me levar de volta pro começo
[Refrão: Evandro Fióti]
Por quanto tempo a gente vai ficar aqui
Fingindo que esse aqui é nosso lar?
De quantas vidas vou ter que me despedir
Mentindo que uma hora eu vou voltar?
Quantos nomes e rostos eu já esqueci?
Quantos melhores amigos deixei pra trás?
O quanto eu sofri, o quanto desejei que não muda**e mais
[Verso 2: Rashid]
Naquele tempo só tinha uns dois, ou três, mal entendia isso
De separação, visita de 15 em 15 dias
Cheque da pensão, distância, autorização
Pra um pa**eio, e uma ânsia de aproximação
Cheia de receio, alheio ao trilho que tomamos
Quantas noites viriam sem brilho pois apagamos
Com cada milho
Diz que não culpamos um ao outro por ter esfriado essa coisa entre pais e filho
Eu perdi o chão
Olhei pros dois lados confuso, sem saber ao certo quem seguraria a minha mão
A união se extinguiu (aham)
Agora eu tinha duas casas que se multiplicaram por dois no vazio
Por dois nesse frio, perdoe desafio
Era demais, como mudar o curso desse rio
Sem guardar ressentimento
Nunca fugi de casa, mas meu coração já tinha ido faz tempo
[Refrão: Evandro Fióti]
[Verso 3: Rashid]
Isso não vem de mim
O vento na cara me faz bem, é o que me torna a**im
Vivo, quando a mente transborda
Por que a maioria das pessoas para de sonhar quando acorda?
Aprecio a orla aqui do carro
Sinto o momento como quem ascende o último cigarro
E pela faixa amarela eu sou guiado
Igual ao Sol que é visto lá, mas nunca tá acompanhado
Dou um gole nessa angústia que me
Cerca pelos lados e tranca nesse regime
Num filme de noites neon
Que são fonte de som, boot louco, e pra mim não tá bom (não)
Quero fugir dessa prisão
Sem revolta ou rebelião, escolta ou camburão
A gente se solta
Mas eu sei o que todos buscamos desta vida: o caminho de volta, irmão
[Refrão: Evandro Fióti]