Eu dobrei joelhos, cerrei cílios
Chorei, lembrei do filho/de Nazaré
Rezei como quem move montanha (É!)
Alá, Maomé, minha fé na procissão
Um na multidão com as tia, jão, bíblia, alcorão, guia, mão
Homem fraco inseguro, arrepia no louvor, hino de pecador do coração puro
Descalço, vendo lágrima
Tenso por dentro, calma
E a esperança então (Ei!)
Vim pedir seu perdão, terços não tem contas pra cada erro meu
Se serve de argumento, meu berço foi como o seu
E o mais sincero ou sereno
Padre Cícero, com olhar me fez um mísero (Réu!)
Meu lugar, meu papel
Em uma prece, o santo trouxe o acalanto que o bando merece
Um conforta, outro tanto aquece
O pranto encerra, serra a paz como lista
Mulher e filha, a cada irmão, loucos são pro caderno de oração um?
Pela trilha quente, horas na vigília
A gente joga a dor no mar pra Iemanjá levar (Sim!)
Crê na fitinha do senhor do Bonfim
Que sem tecnologia alcançou cada confim (Bom sim!)
Com a barba feita, camisa pa**ada, pa**o na direita, luz na caminhada
Meu pai, meu pastor, meu Rei, meu senhor
Único que o sistema não pode por em número
Admiro a devoção, a fé, a mão que aperta a cruz no peito
E chora ao tocar os pé de Jesus do olho brilhante
Mesmo sendo tinta e cerâmica, sinta que dá aos sinos sonoridade orgânica
Eu também levantei o braço de coração, vai vendo
Me senti sujo, me senti menos
Mundano, mano, a mercê da apodridão
Já era e quem dera conter o poder do perdão
Nem onde fazer o bem é exceção, heim
Casos onde quem define a índole é a situação
E ainda que eu ande no vale da sombra da morte
Quando o martelo bate, quando falha a sorte
Quando seca o pote, quando some o norte
Cê não tá ligado (Não!)
Vai tá quando vê que tá tudo errado
E cada homem é um templo alheio ao nome e ao tempo
Sem posses materiais a mercê do que o vento traz
Palavras cruas relatam
Isso é mais do que o motivo pelo qual os árabes se matam
De cabeça baixa, olhar fixo, rente ao crucifixo
Fixo servo do Senhor, guia-me pastor, honesto
Pois não vejo Deus nas igreja, mas em compensação eu vejo em todo resto