[Intro]
("Pimenta nos zóio dos políticos")
[Refrão]
Foda-se vocês, foda-se suas leis!
("A fúria negra ressuscita outra vez")
Foda-se vocês, foda-se suas leis!
("Anota meu recado: Fo-da-se")
Foda-se vocês, foda-se suas leis!
("Primeiro eu quero que se foda...")
Renan Samam, Emicida, o rap ainda é o dedo na ferida
[Verso 1]
Vi condomínios rasgarem mananciais
A mando de quem fala de Deus e age como Satanás
(Uma lei:) Quem pode menos, chora mais
Corre do gás, luta, morre, enquanto o sangue escorre
É nosso sangue nobre que a pele cobre
Tamo no corre, dias melhores, sem lobby
Ei, pequenina, não chore
Tv cancerígena aplaude prédio em cemitério indígena
Auschwitz ou gueto? Índio ou preto?
Mesmo jeito, extermínio
Reportagem de um tempo mau, tipo Plínio
Alphaville foi invasão, incrimine-os
Grito como fuzis, uzis, por Brasis
Que vem de baixo igual Machado de Assis
Ainda vivemos como nossos pais, Elis
Quanto vale uma vida humana? Me diz
[Refrão]
[Verso 2]
É só um pensamento, bote no orçamento
Nosso sofrimento, mortes e lamentos
Forte esquecimento de gente em nosso tempo
Visto como lixo, soterrado nos desabamento
Em favela, disse Marighella, elo
Contra porcos em castelo
O povo tem que cobrar com os parabelo
Porque a justiça deles só vai em cima de quem usa chinelo
E é vítima, agressão de farda é legítima
Barracos no chão enquanto chove
Meus heróis também morreram de overdose
De violência, sob coturnos de quem dita decência
Homens de farda são maus, era do caos
Frios como Halls, engatilha e "Plau!"
Carniceiros ganham prêmios
Na terra onde bebês respiram gás lacrimogênio
[Refrão]