[Verso 1: Caio e Pitzan]
Vinda da África aos seis
Num navio Português
Seus irmãos eram três
Traziam a fome na [?]
Numa terra distante, sem mãe, nem pai
Com orgulho de sua raça que da alma não sai
É como um fruto que cai quando amadurece
Essa menina apanhando, vai... Enquanto cresce
De dentro da senzala o coração arredio
No trabalho da terra, num sonho doce tardio
Por direito ou por briga ter o seu próprio chão
Sem que o grito se encerre e não leve a revolução
Com o corpo marcado pelas mãos do senhor
O corpo roubado pelas mãos do senhor
Mães do filho de outro amor, só querendo voar
Ir pro mesmo lugar que muito ouviu falar
De vários semelhantes, sem perfeita verdade
Que longe dali, Nagô teria liberdade
[Refrão: Caio] (2x)
[?] curte sangue do escravo
[?] na face do algoz
Cresce, cresce, seara vermelha
Cresce, cresce, vingança feroz
[Verso 2: Caio e Pitzan]
Rumo a mata fechada com menos peso nos ombros
Fez da vida um alívio, foi atrás dos Quilombos
À beira-mar ajoelhou-se como de costume
Fez oferenda a Iemanjá e sentiu seu perfume
Encontrou esperança entre outros olhos tristonhos
Abraçou os irmãos que dividiam os mesmos sonhos
Mas nenhum se realizava
Pois dentro dos mucambos também se escravizava
[?] entre os seus
Recém chegada e pensando em dizer adeus
Lembra da mãe antes de levantar pra luta
Fechou os olhos, mas manteve a face enxuta
Na batalha, morrer sim, entregar não
Disse aos milhares com as mãos no coração
Entre guerreiros e tolos se abençoou
Pois vinha guerra no instante em que voou
[Refrão: Caio] (2x)
[?] curte sangue do escravo
[?] na face do algoz
Cresce, cresce, seara vermelha
Cresce, cresce, vingança feroz