Sapato de pobre é tamanco A vida não tem solução Morada de rico é palácio E casa de pobre é barracão Quem é pobre, sempre sofre Vive sempre a trabalhar Mas eu sofro só de dia De noite eu vivo pra sambar A mulher do branco é esposa E a esposa do preto é mulher Mas minha mulher é só minha A do branco eu não sei se só dele é
Preto vive atormentado Mal tem tempo pra rezar Mas o preto é mais que branco Pra mãe d'água iemanjá A terra do dono é só dele Ali ninguém pode mandar Mas se eu não pegar na enxada Não tem ninguém para plantar Eu semeio e trato o milho E a colheita é do senhor Mas o dia da igualdade Tá chegando, seu doutor