Peripatéticos gastam sapatos
Assustam custos que não lhes sustém
Calço, calçada, praça, esparadrapo
Perseguem chatos seus anonimatos
Sopas e sapos, papos com ninguém
Perseguem ratos nos dutos sinápticos
Peripatéticos não são simpáticos
Vagões e trilhos, vagam pelo trem
Na multidão, dispensam candidatos
Di tutti capi ou o capo da gestapo
Bebem fiado um gole no armazém
São Tico-ticos no fubá dos fatos
Peripatéticos dos peripatos
No meio fio enfiam o vão vaivém
Palindrominam, trocam seus sopapos
Arrastam pontos entre os entreatos
Algum tropeço também lhes cai bem
Os alfabéticos e os acrobáticos
Flutuam frases no lençol freático
O lumpem limpa a via por vintém
Seu desalinho não é desacato
Mas desacatem qualquer olharapo
Até que o atlético deixe o desdém
Grudam nas ruas feito carrapatos
Cruzam nas crises falsos cognatos
Assuntam vir de Sampa a Santarém
Escapam linhas no meio dos trapos
Se é bom de braço, o bonde é tão barato
Se ganha muito indo a pé porém
Peripatéticos sejam didáticos
Caminhem quietos entre os catedráticos
Cadeira é dura pra aparar a quem?
Peripatéticos dos peripatos
Riscam rascunhos pelos guardanapos
Ninguém a**alta e nem lhes faz refém
Ninguém lhes bate e nem posa em retratos
Peripatéticos gastam sapatos