GLOSSÁRIO PARA UMA FUTURA FILOSOFIA DA FOTOGRAFIA
Aparelho: brinquedo que simula um tipo de pensamento.
Aparelho fotográfico: brinquedo que traduz pensamento conceitual em fotografias.
Autômato: aparelho que obedece a programa que se desenvolve ao acaso.
Brinquedo: objeto para jogar.
Código: sistema de signos ordenado por regras.
Conceito: elemento constitutivo de texto.
Conceituação: capacidade para compor e decifrar textos.
Consciência histórica: consciência da linearidade ( por exemplo, a causalidade).
Decifrar: revelar o significado convencionado de símbolos.
Entropia: tendência a situações cada vez mais prováveis.
Fotografia: imagem tipo-folheto produzida e distribuída por aparelho.
Fotógrafo: pessoa que procura inserir na imagem informações imprevistas pelo aparelho
fotográfico.
Funcionário: pessoa que brinca com aparelho e age em função dele.
História: tradução linearmente progressiva de idéias em conceitos, ou de imagens em
textos.
Idéia: elemento constitutivo da imagem.
Idolatria: incapacidade de decifrar os significados da idéia, não obstante a capacidade de
lê-la, portanto, adoração da imagem.
Imagem: superfície significativa na qual as idéias se inter-relacionam magicamente.
Imagem técnica: imagem produzida por aparelho.
Imaginação: capacidade para compor e decifrar imagens.
Informação: situação pouco-provável.
Informar: produzir situações pouco-prováveis e imprimi-las em objetos.
Instrumento: simulação de um órgão do corpo humano que serve ao trabalho.
Jogo: atividade que tem fim em si mesma.
Magia: existência no espaço-tempo do eterno retorno.
Máquina: instrumento no qual a simulação pa**ou pelo crivo da teoria.
Memória: celeiro de informações.
Objeto: algo contra o qual esbarramos.
Objeto cultural: objeto portador de informação impressa pelo homem.
Pós-história: processo circular que retraduz textos em imagens.
Pré-história: domínio de idéias, ausência de conceitos; ou domínio de imagens, ausência
de textos.
Produção: atividade que transporta objeto da natureza para a cultura.
Programa: jogo de combinação com elementos claros e distintos.
Realidade: tudo contra o que esbarramos no caminho à morte, portanto, aquilo que nos
interessa.
Redundância: informação repetida, portanto, situação provável.
Rito: comportamento próprio da forma existencial mágica.
Scanning: movimento de varredura que decifra uma situação.
Setores primário e secundário: campos de atividades onde objetos são produzidos e
informados.
Setor terciário: campo de atividade onde informações são produzidas.
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Significado: meta do signo.
Signo: fenômeno cuja meta é outro fenômeno.
Símbolo: signo convencionado consciente ou inconscientemente.
Sintoma: signo causado pelo seu significado.
Situação: cena onde são significativas as relações-entre-as-coisas e não as coisasmesmas.
Sociedade industrial: sociedade onde a maioria trabalha com máquinas.
Sociedade pós-industrial: sociedade onde a maioria trabalha no setor terciário.
Texto: signos da escrita em linhas.
Textolatria: incapacidade de decifrar conceitos nos signos de um texto, não obstante a
capacidade de lê-los, portanto, adoração ao texto.
Trabalho: atividade que produz e informa objetos.
Traduzir: mudar de um código para outro, portanto, saltar de um universo a outro.
Universo: conjunto das combinações de um código, ou dos significados de um código.
Valor: dever-se.
Válido: algo que é como deve ser.