Sem dinheiro para umas Nike de jeito
A Dona Maria servia, seguia o caminho direito
Sou o tal sujeito, feito sem predicado
Indeciso, circunscrito, á alma do Diabo
Advogado sem direitos, declamo entre prosas
Escravo de rosas, escrevo direito por linhas tortas
Se isto abre portas, só as encontro fechadas
Espreito pela fechadura, decora estas palavras
Aquele que tu amavas, vive ao pé duma cabra
As portas estão fechadas, dá-me o pé de cabra
Eu andava ás voltas, pontas soltas no caminho
Vozes roucas eram poucas, agora encontras-me sozinho
Vou contra o que dizem, chama-lhe indecisão
Desde puto aturo merdas, mas vindas de ti,não
Ainda estou aqui então, pergunto-me tantas vezes
Não tenho respostas, mas pra quê tantos ses?
Chega de incertezas, eu só quero certezas
Por vezes venham avarezas, respostas são coesas
Meto cartas nas mesas, cortas curtas metragens
Onde lutas se vêem, nas minhas mensagens
Faço muitas viagens, mensagens são entregues
Renego o ego que carrego, vejo num mundo de cegos
Inundo-me de erros, neste oceano da vida
A dúvida instala-se, sinto a ferida devida
Devido ao sucedido e ao individuo que sou
Tenho vivido dividido, com dúvidas aqui estou
Dou tudo o que tenho, ao mesmo tempo penso
Que tudo o que tenho, é nulo, acumulo imenso
Sou o cúmulo, estimulo, fulo, pulo em vão
Vendo a alma ao Diabo, vendo bem talvez não
Controlo a situação, dou o peito ás balas
Com defeitos sou feito, perfeito..faz as malas!