Jogo tanto GTA que já me podiam chamar Tommy
Bandido tipo Clyde só me faltava a Bonnie
Vicio na PS pa não me render à telemetria
Já nem causa irritação porque pa**ou para apatia
Vida privada tornada pública, a nova p**nografia
Disponível em horário nobre todo o santo dia
Em tempos de competição feroz, a tv é o algoz
Que mais cabeças corta, o nível é atroz
Objectivo é ser famoso não é ser bom naquilo que se faz
Ninguém quer ser genial ninguém quer ser capaz
Não é preciso ter talento, apenas um palmo de cara
Quando há castings para bandas e ninguém sequer repára
Dá um jogo tipo Tommy
Dá-me um jogo tipo
Dá-me um jogo tipo Tommy
E eu flipo
Dá-me um jogo tipo Tommy
Dá-me um jogo tipo
Dá-me um jogo tipo Tommy
Ou eu flipo!!!
Pára para pensar em quem se decide idolatrar
Gigantes com pés de barro, bombas-relógio prestes a estourar
Beldades subdotadas começam na novela
E depois de um mês de trabalho ou caralho tão na grande tela
Recuso-me a entrar no esquema desculpem lá o mau jeito
De mim não levam chavo muito menos o meu respeito
Chama-lhe o que quiseres, chama-lhe preconceito
Eu chamo-lhe justiça e direito a preceito
Mais um ano e outra vez repetimos os mesmos erros
Os nossos sentidos tendem a ficar cada vez mais perros
Não há informação, há dramatização
Lágrima (fácil) no olho, dinheiro (limpo) na mão e
Indução da maralha em melodrama de cordel
Quem comeu, quem bebeu, quem fodeu mais papel?
É a**im que se quer toda noticia de abertura
Assim se cria e destrói, tudo sol de pouca dura
Não confio num pintelho do que me entra pelos olhos
Já não há pão, só há circo, e esse há aos molhos
Nem sequer é estranho chamar big brother a um programa
Nesta estranha sociedade que adora tar na lama
Ironia do destino, espécie de justiça poética
na mentalidade do povo que se quer anoréxica
Dá um jogo tipo Tommy
Dá-me um jogo tipo
Dá-me um jogo tipo Tommy
E eu flipo
Dá-me um jogo tipo Tommy
Dá-me um jogo tipo
Dá-me um jogo tipo Tommy
Ou eu flipo!!!