Amigo... abre também a tua voz e vem comigo
Não cantaremos nunca mais o fado antigo
Agora... em cada verso há um homem que não chora
E o futuro é o sítio onde se mora
Cantar é ser um pássaro de esperança
Poisado no olhar duma criança
Que de olhar nunca se cansa
Amigo... vou-te dizer palavras loiras como o trigo
Hoje cantar é aprender a estar contigo
Agora... cada palavra tem o gosto duma amora
Que a gente apanha e morde pela vida fora
Cantar é ter um sol dentro da voz
E repartir o sol por todos nós
Cantar é não estarmos sós
Amigo... vou-te bater com as palavras ao postigo
Escuta o sentido das noticias que te digo
Agora... cada canção terá a força duma aurora
Que a gente acende e leva pela vida fora
Cantar é ser um pássaro de esperança
Poisado no olhar duma criança
Que de olhar nunca se cansa
Amigo... não tenhas medo do cansaço ou do castigo
A nossa voz dá-nos calor, dá-nos abrigo
A hora... é de mandarmos a saudade e o choro embora
E noutro fado desgarrarmos vida fora